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Não cante a honestidade
Quando você, na verdade,
Só cumpriu com o dever;
Nem se sinta revoltado,
Pois vai ficar adoentado,
Será difícil viver…

Não se desgaste em lamúria,
Por causa de gente espúria
Que se julga muito esperta;
Quem sempre faz tudo errado
Fica escravo do passado
Até fazer a coisa certa!

Vissem as almas conflitantes,
Não seriam esses farsantes
E lembrariam o lamento
Dos que foram para o inferno
Trajando gravata e terno
Pra queimar em fogo lento…

Vamos fazer caridade,
Vamos rezar, de verdade,
Pelos nossos Senadores,
Governadores, Ministros,
Quem nem sempre são bem vistos…
… Presidente, vereadores…

Muitos lesam o país,
Onde um povo feliz
Podia ser maioria…
Mas há fome, falta escola,
Não há médico e a esmola
Sustenta a periferia.

Chega dia e dia passa,
Vem sempre nova desgraça,
Porque enquanto a ambição
Aumentar cada vez mais
Não se espere que haja paz
Aqui na nossa nação…

Só o que consola é que o dono
Não nos deixa ao abandono
Porque Ele o Pai de todos
E há de recompensar
Os que, apesar de chorar,
Não vivem passando engodos.

Respeite seu semelhante,
Desculpe e siga adiante,
Esse é o deve do cristão.
Não cante sua honestidade,
Pois não passa, na verdade,
De simples obrigação.

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Ela se queixa e não consegue ver os fatos;
Escuta vozes que a perturbam, diariamente,
Num alarido tão confuso; é voz de gente
Que lhe diz coisas sempre a criticar seus atos.

Ela se deita e uma insônia impertinente
Faz com que ouça o que parecem só boatos…
É, pelo menos, o que diz nos seus relatos,
Pois se recusa, na conversa, a ir em frente!…

Mas ao final, já quase em alucinação,
Ao garantir que não é só imaginação,
Confessa, enfim, que é o seu filho, o abortado,

Que a incomoda e lhe suplica, todo dia,
Para que o tenha no seu lar, com alegria,
Conforme haviam, previamente, combinado!…

Nas muitas vezes que o planeta visitei,
Eu tive a ajuda de diversas entidades
Que me auxiliaram, dentro das finalidades,
Pelas razões que, aconselhado, aqui voltei!…

E ao atender o novo ser, quando cheguei,
As minhas mães me receberam em caridade;
Mas botei rugas nos seus rostos, que maldade!
Rogo o perdão a todas elas se as magoei!…

Eu não consigo ter bem nítida a lembrança,
Pois apesar de muitas vezes ser criança,
Só me recordo desta mãe da última vida!…

Quem sabe as outras eu já as tive frente a frente
Sem perceber e, na figura de um parente,
Nós já vivemos relação enternecida!…

Ser idoso é uma coisa, mas ser velho
É ficar, mesmo em pé, de alma deitada,
Porque a idade, ainda mesmo que avançada,
Só é vista quando se olha no espelho.

Quantas tralhas que estão no ferro-velho
Que ainda são vitais. Se conservadas,
E se forem corretamente usadas,
Servem para ser máquina ou trebelho.

Não se abata porque na identidade
Está escrito que você tem idade
Muita antiga, o que chamam de velhice;

Mostre a todos que, mesmo estando idoso,
Você é um adulto ainda formoso,
Tão vivaz quanto o foi na meninice!…

A poluição é inerente ao homem;
Viver é poluir; não há saída…
Por isso é que os entraves desta vida,
Dia-a-dia, o ser eles consomem.

Nos dejetos, no ar, no pesticida
Que se põe quase em tudo o que se come,
Nos remédios que exigem que se tome,
Para as curas ou mesmo em vermicidas,

Há resíduos de tóxicos plasmados,
Que ficam em cada ser incorporados,
Conduzindo-o ao leito do caixão!…

Parabéns a quem é um ecologista,
Mas é tarde, e por mais que hoje se insista,
Só Deus pode nos dar  a solução!…

Onde pus minha pele aveludada
Dos tempos das escolas, de menino,
Quando era indefinido o meu destino
E ainda eu não pensava em quase nada?

Divertindo-me em meio à criançada,
Jamais  me preocupava o desatino;
A alegria da vida era o meu hino,
Com a bandeira do riso desfraldada…

Mas o tempo me fez ficar adulto;
Junto a isso me trouxe muito insulto
Registrando na pele os meus roteiros;

Com as rugas da face em meu retrato,
Eu só espero um futuro mais pacato
Pra viver no sorriso dos outeiros!…

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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