Lança-se a folha, em mórbido suicídio!…
Em pleno ar, despenca amarelada,
Espatifando em prantos na calçada,
Como gemendo a dor de um feticídio.

Repete-se, anualmente, este homicídio,
No repouso da planta, na invernada,
Quando fica de copa desfolhada,
Atada à hibernação, como a um presídio!

Sua ação, todavia, ali não cessa,
Porque ao se decompor, ela, sem pressa,
Transforma-se, no humo, em fonte nova…

Neste vaivém, num ciclo intermitente,
Vencendo hiatos, ela segue em frente
E depois volta à vida e se renova.

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