You are currently browsing the monthly archive for julho 2009.

Sou palmeirense em qualquer situação
E não somente quando o clube ganha;
Eu nunca agi como pessoa tacanha,
Que só se alegra quando é campeão.

Faço do verde a minha devoção
E não invento nunca uma artimanha,
Qualquer desculpa para uma campanha,
Que o faz ficar em má colocação.

Não sou verdão leviano, revoltado,
Quando acontece algum mau resultado
E no final o verde dá tristeza;

Sou palestrino dos anos quarenta
E se até agora o coração aguenta
É porque o verde é mesmo uma beleza.

Publicidade

Amo-te, ó lua, ao me lembrar daquela
Que num dia lindo o coração me deu
E prometia termos, ela e eu,
Como tu, lua, uma igual luz tão bela!…

Mas logo após, quando busquei por ela,
Para vivermos o que prometeu
Vi que ela agira tal qual um proteu,
Pois nunca mais ouvi notícias dela.

Foi tudo um sonho, maldosa utopia,
Que nem desejo mais lembrar do dia
Em que sonhei amar-me a criatura;

Um disparate, uma tola frase,
Que me fez crer – e acreditei-a quase –
Para ir, depois, do amor à desventura!…

Quanto tempo inda mais eu vou viver,
É algo que amiúde me pergunto,
Antes de transformar-me num defunto
E depois no outro mundo renascer?

Muita gente não gosta deste assunto,
Já que treme ante o fato de morrer,
Mas desejo nesta hora lhes dizer
Que tudo isso é parte de um conjunto.

Se a vida, na verdade, é uma beleza,
A morte não se veja com tristeza
Porque confere a nossa evolução…

Por isso, se com Deus tenho conversa,
Declaro: de morrer não tenho pressa,
Mas sigo aberto à negociação.

Não quero valer só pelos cifrões
Que eu possa ter juntado nesta vida.
Pretendo ter o amor dos corações
Que possam sempre amar-me e dar guarida…

Vivemos numa luta empedernida,
Onde os homens vomitam qual vulcões
As agruras que guardam escondidas
No fundo do seu ser entre aguilhões!

Um dia, vim ao mundo nu e descalço…
Foi duro dar os meus primeiros passos,
Em um lar onde havia muita dor…

Vi as lutas dos pais pra ser honestos    
E até para viver ganhamos restos,
Mas nunca nos faltou sobras de amor!

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
julho 2009
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Leituras

  • 61.284 poetas

Entre com seu email para assinar este blog e receber notificações de novos artigos postados.

Junte-se a 31 outros assinantes