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São como as ondas o meu pensamento:
Recuam, depois voltam e outra vez vão,
Perdido nesse mar que é a multidão,
Num vaivém de incessante movimento.
Muitas vezes deixando-me tediento
Dão-me a interminável sensação
De que a cabeça guarda algum vulcão,
Pronto para explodir nalgum momento!…
A mente é como câmera que grava
Tudo o que nesta vida sempre entrava
E dificulta o nosso bem estar…
Ela lembra o que quer, e muito mais,
Locupleta-se de tensões banais
Que causam estresse e ajudam a nos matar.
Saberia explicar-me que mistério
Põe nosso coração a trabalhar,
Do nascimento até o climatério,
Quando a vida já está por terminar?…
O sangue é impulsionado e, ao jorrar,
Impede que aconteça um revertério,
Pois nesse bate e bate, sem parar,
Conduz a nossa vida com critério.
É verdade que há infartos, AVCs,
Mas desejo informar todos vocês,
Que quem se cuida desde a adolescência,
Quem caminha, tem bom temperamento,
É sereno e controla o seu sustento,
Jamais será refém de uma violência!…
Qual fole de sanfona que abre e fecha,
Você diz que me ama, a toda hora,
Porém depois, num átimo, me deixa,
Sem um adeus, dá as costas, vai-se embora…
Quando juntos, você nunca se queixa
E diz que hoje é feliz como era outrora,
Porém vejo em você um amor de gueixa,
Fingimento do corpo, só por fora!…
Um carinho, somente, algum afago,
Que é retribuído, com agrado,
Pela sedosidade dessas palmas
De alguém que é uma artista para o ato,
Mas em quem haverá jamais, de fato,
O amor puro que explode entre duas almas!