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Jamais eu vi uma árvore indagar
Sobre a vida de quem, sob a sua fronde,
Desfruta seu frescor sem dizer de onde
E nem como chegou a esse lugar.

Só colabora para melhorar
O ar e a sombra que o silêncio esconde;
Ela oferece e nunca indaga aonde
O peregrino irá depois pousar.

Dá sempre exemplo de desprendimento,
Está pronta a servir, todo momento,
Como os que sabem ser leais amigos!

Pelas próprias raízes se alimenta;
Sem reclamar de ventos ou tormentas,
Ampara todos, nobres ou mendigos!…

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Eu sou o cruzamento da genética                                           
De uma lavadeira com pedreiro;
Conservo em mim seus traços por inteiro,
Declaro nesta rima e nesta métrica!…

Não falo do exterior que mostra a estética
Refiro-me ao caráter que é o pioneiro
Porque é secundário o financeiro
Segundo a lei de Marx, da dialética…

Sou filho do valor, da valentia,
O que eu testemunhava todo dia,
Ao ver a luta insana de meus pais…

Hoje carrego em mim a gratidão,
Porque em cada conquista, em cada grão,
Sempre houve muita luta, amor e paz!…

Meu caro Jesus Cristo diga aos ricos,
Que tanto exploram homens miseráveis,
Que suas atitudes condenáveis,
E o progresso fincado em mexericos,
Preocupa-me. Por isso, aqui suplico,
A rogar-te Jesus, meu caro Mestre,
Que lhes dêem toda ajuda os seus ancestres
Para não precisar chorar mais tarde
Nem queimar nesse fogo que hoje arde,
E atinge a todos nós, pobres terrestres.

Toda ação que se faz gera reação.
Quem o mal faz aos outros guarda em si
O resquício da dor, porque ao ferir,
Deixa marcas no próprio coração.
E da lei mais comum da criação,
Receber de retorno o que for feito,
Pois aquele que não mostra respeito
E enriquece-se à custa da miséria
Saiba bem que depois desta matéria
Não será para Deus um dos eleitos.

Este mundo é apenas o começo
De um longo caminhar à eternidade
E quem, portanto, agir com leviandade,
Vai ter de levantar-se dos tropeços
Porque é bem diferente o endereço
Das moradas do homem que é feliz;
Não é assim como todo mundo diz,
Que é preciso ter vida aproveitada,
Porque depois da morte não há nada;
Não creia porque a carne é só verniz.

A essência do que somos é da alma;
O corpo é uma prisão que neste mundo
Vai-nos dando saber justo e fecundo,
Se soubermos viver nele com calma,
Fazendo da virtude a nossa palma,
Com respeito, carinho e bem-querer;
Se o fizer não terá mais de sofrer,
Nem será tão cobrado pela vida,
Sentirá a leveza na subida,
Como em belo arrebol do entardecer.

Ah!, se o rico, Jesus, compreendesse,
As lições que são claras no Evangelho
Não iria esperar ficar tão velho
Até que nesta vida padecesse.
Muito antes que ele envelhecesse
Buscaria tirar o denso véu,
Libertando-se desse fogaréu
Que existe em suas vidas desregradas,
Porque ao nascer, a nova madrugada,
Traz nela a decisão: Inferno ou Céu!…

Não nasci nem vivi em Itapetim,
Nem sou um grande poeta ou repentista;
Sou filho de São Paulo e a Bela Vista
Foi a porta de entrada quando eu vim.

É o Bexiga, bem junto da Paulista,
O espigão de onde se avista sem fim
Todo entorno do bairro, que é um jardim,
Com as cantinas, teatros e sambistas.

Na verdade, eu faço alguns sonetos,
Rimo certo nas quadras e tercetos,
Mas nada de expressão, porque, enfim,

É poesia de cunho paulistano,
Que exprime apenas nosso cotidiano,
Sem o charme da grande Itapetim! 

Itaperim, a terra da poesia, no norte de Pernambuco na divisa com a Paraíba, próxima a Monteiro, a terra do grande poeta Jansen Filho.

Imito uma jangada que desliza
Nas ondas de um mar calmo em fim de tarde,
Na hora em que o sol já não mais arde,
Deixando-me levar por suave brisa!…

Eu sou esse momento que eterniza
Mansuetude; de nada faço alarde…
Segue o tempo, para que não retarde
O arrebol, vindo a noite que suaviza…

Por fora, o mundo avança indiferente,
Conforme o trivial de toda gente,
Porque o mar da aflição segue em surdina…

Por dentro busco a calma e a esperança,
Qual jangada que segue e não balança,
Porque conheço e aceito a minha sina!…

Se você é prepotente,
Pois pensa que tem poder,
Julga-se auto suficiente,
Faz tudo o que quer fazer,
Escute, preste atenção
Naquilo que eu vou dizer.

Você depende de médico
De enfermeiro, anestesista,
Dos exames, dos remédios
E também do seu dentista
E caso seja mulher,
De uma ginecologista.

Como poderá saber
O que há na sua comida,
Se não puseram veneno
Para lhe encurtar a vida,
Ou se algum aedes aegypit
Vai pregar-lhe uma mordida?

Você depende do sol
Para ter boa saúde
E veja que os resfriados
O incomodam amiúde,
Está cheio de defeito
Julgando que tem virtude…

Cuidado com o diabetes
E com a alimentação!
Baixe seu colesterol
Que é ruim e aumente o bom,
Vê quanta coisa no mundo
Merece a sua atenção.

Observe os tsunamis,
Terremotos, tempestades
E verá que o que aqui digo
Não tem qualquer novidade
Como o vulcão islandês
A mais nova realidade.

Não se estresse pois o enfarte
Pode pô-lo numa cama
E toda a sua prepotência
Vai desmanchar como lama;
Viva com muito critério,
Sempre seguindo um programa.

Você já escutou falar
De câncer ou de AVC
Ou então de hepatite,
Do tipo a, b ou c,
Sua posição e dinheiro
Não irão salvar você.

Existe assalto e seqüestro
Que vão levar seu dinheiro,
Isso se deixar-lhe a vida,
Que é o nosso bem primeiro,
Por isso seja modesto,
Solidário e companheiro.

Espero que logo após
Você ler este poema,
Verá que, assim como os outros,
Você também tem problema
E não adiante querer
Ficar fora deste esquema.

Todos nós somos iguais,
Seja o rico seja o pobre;
Ponha suas barbas de molho,
Mesmo pensando ser nobre,
Procure ser bom cristão,
Antes que vida lhe cobre…

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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