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Não nasci nem vivi em Itapetim,
Nem sou um grande poeta ou repentista;
Sou filho de São Paulo e a Bela Vista
Foi a porta de entrada quando eu vim.
É o Bexiga, bem junto da Paulista,
O espigão de onde se avista sem fim
Todo entorno do bairro, que é um jardim,
Com as cantinas, teatros e sambistas.
Na verdade, eu faço alguns sonetos,
Rimo certo nas quadras e tercetos,
Mas nada de expressão, porque, enfim,
É poesia de cunho paulistano,
Que exprime apenas nosso cotidiano,
Sem o charme da grande Itapetim!
Itaperim, a terra da poesia, no norte de Pernambuco na divisa com a Paraíba, próxima a Monteiro, a terra do grande poeta Jansen Filho.
Imito uma jangada que desliza
Nas ondas de um mar calmo em fim de tarde,
Na hora em que o sol já não mais arde,
Deixando-me levar por suave brisa!…
Eu sou esse momento que eterniza
Mansuetude; de nada faço alarde…
Segue o tempo, para que não retarde
O arrebol, vindo a noite que suaviza…
Por fora, o mundo avança indiferente,
Conforme o trivial de toda gente,
Porque o mar da aflição segue em surdina…
Por dentro busco a calma e a esperança,
Qual jangada que segue e não balança,
Porque conheço e aceito a minha sina!…