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Eu sugo, por osmose, esta energia
De uma especial amiga, tão vibrante,
Que destrói a ansiedade, qual calmante,
Criando-me momentos de alegria.
Como a água batismal de alguma pia,
Que guarda a vibração, numa constante,
Eu sinto-me envolver, e é delirante,
Que a presença já quer virar mania!…
Descrever o momento é pretensão,
Porque é algo que vem do coração,
Impossível de materializar…
Coisa de alma que encontra uma outra alma,
E toda agitação transforma em calma,
Criando um misterioso bem-estar…
Nunca verta suas lágrimas por quem
Causou-lhe nesta vida uma tristeza,
Porque não valerá, tenha a certeza,
Nem mesmo o equivalente a um só vintém.
É mister nos amemos, pois também,
Carregamos em nós muita incerteza
E temos de ter nossa fortaleza,
Para então avançar um pouco além…
O pranto vale a pena simplesmente
Se pode estimular de hoje pra frente
Algo novo, feliz, que traga, enfim,
A certeza de que nós já aprendemos
Que tudo o que na vida nós vivemos,
Terá sempre um começo, meio e fim!…
Já imaginou redigir uma postagem sem usar um único verbo? Tarefa difícil, não? Pois o autor do artigo abaixo, publicado no Le Petit Journal, da França, em 1897, realizou a façanha.
“Verbos! Coisa intolerável da convenção antiga e ridícula para o atulhamento da frase, geralmente viva, leve e clara, sem eles!
Invenção antipática e com a complicação de acordos e não-acordos de particípios; armadilha, aliás, pérfida para os exames de gramática. Por que não a supressão do verbo antes da reforma da ortografia?
Além disso, que lição maravilhosa para nós a ausência deles num grande número de adágios da sabedoria humana!
Exemplo: “Pequenas causas, grandes efeitos” etc. Que facilidade de trabalho, para as memórias rebeldes, nessa concisão de forma!
Nenhuma palavra em excesso; nada de fútil, de embaraçoso; a essência concentrada da frase, com quatro ou cinco palavras: o “Liebig” o pensamento!
Sim, o verbo eis o inimigo! Guerra contra ele! Morte aos indicativos, aos subjuntivos, aos imperativos, aos infinitivos, enfim, a tudo em “ivo” e, principalmente, ao terrível mais que perfeito do subjuntivo, triunfo dos belos falastrões do Sul, desde Avinhão até Caracole.
Em lugar das odes na Academia, na Comédia Francesa, na inauguração da ponte Alexandre III, por que não um simples cumprimento, sem verbo, ao tsar e à tsaritisa?
Novidade apreciável, certamente, para tais festas, notáveis pelas surpresas, pela decoração das ruas, pelo engrinaldamento das fachadas, pela floração artificial das árvores sem folhas, na praça central dos Campos Elíseos.
Uma saudação sem verbo, ao tsar, que maravilhosa resposta à invasão desta estranha literatura do Norte, mas arrogante de seus sucessos ibsenianos entre nós e de sua influência fantástica nos costumes do nosso teatro!
Que desafio ao mundo intelectual dos outros países! Que assombro no universo inteiro: a supressão do verbo na literatura da França! Coragem e confiança no progresso!
Esperança, sobretudo, da mudança completa das regras gramaticais.”