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Sob o comando do presidente Jairo Rangel Targiino, na noite de 15 de fevereiro de 2013, tomaram posse na Academia Paraibana de Poesia quatro novos poetas, emposssados em solene reunião, abrilhantada pela presença de acadêmicos, autoridades, familiares e amigos dos empossados.
Foram eles:
Edvaldo Laurentino da Silva, cadeira nº 21, que tem como patrono o poeta Adabel Rocha e que foi apresentado pela acadêmica Maria Lindalva Xavier Amaro;
Sebastião Aires de Queiroz, cadeira nº 30, que tem como patrono o poeta Euclides Vilar e que foi apresentado pela acadêmica Rita de Cássia;
Aparecida de Santana, cadeira nº 32, que tem como patrono o poeta João Athaide e que foi apresentada pelo acadêmico José Cabral;
Alba Alves de Farias, cadeira nº 37, que tem como patrono Marcos dos Anjos e que foi apresentada pela acadêmica Maria Pires.
Parabéns aos novos acadêmicos e parabéns à Academia Paraibana de Poesia pela bela solenidade.

Abaixo o depolimento emocionado de um dos empossados.

Doutora e Poetisa Rita de Cássia Ramalho,
Bom Dia!
Leio seu discurso, nesta manhã de sábado, depois de tê-lo ouvido ontem, com os tímpanos atentos e alma alerta na sua sensibilidade. De novo, tépidas lágrimas deslizaram sobre de minha face vincada pela idade, como aconteceu ontem quando você o pronunciou da tribuna da Academia.
“Filha de uma mãe” (no melhor sentido), poderia dizer, no arrebatamento intempestivo e gratificante da emoção que suas palavras me suscitaram. Como teve a grata ousadia de falar sobre minha querida mãe AMÉLIA, logo agora, na provecta idade em que sobrevivo, e de quem sempre me lembro, ao longo dessa longevidade octogenária!
Creio em Anjos. Creio em “Anjo da Guarda” (Santo Anjo do Senhor…. uma oração que desde tenra idade aprendi a recitar). E afirmo: O meu “Anjo da Guarda” é minha mãe, de quem meu pai dizia: “um dos dois não sobreviverá”, tal o apego que, segundo seu testemunho, ela me devotava, pois que, doente, eu chorava muito, dizia meu genitor, e ela me aninhava e aconchegava diuturnamente, como que prevendo que em pouco subiria para as dimensões eternas, após gerar quinze filhos, com comprometimento progressivo de sua vitalidade.
Dediquei-lhe um soneto a que confiro a categoria de oração, na saudade e no amor que sempre cultivo para com minha inesquecível Amélia:

ORFANDADE E CARÊNCIA
(A minha mãe Amélia)

De minha mãe me lembro todo dia,
E a venero no altar do coração.
À noite lhe sufrago uma oração
Que da saudade dela me alivia.

De meu dileto pai eu sempre ouvia
Que ela me amava com dedicação,
E que ele tivera a premunição
De que ela ou eu não sobreviveria.

Antes dos trinta e dois, Deus a chamou,
E só com um ano e meio me deixou
Como um batel sem rumo ou direção.

Ainda hoje, em provecta idade,
Sua partida me causa saudade,
E sofro de carência de afeição.

E aí você, minha cara Rita, me fala de minha outra Amélia, abençoada matriz de nossos sete filhos, que já se projetaram em mais duas gerações. Eu me lembro que, ainda sem muitas posses materiais, ainda como bancário, em lugar de lamentar os encargos financeiros adicionais para criar mais um filho, eu dizia, “irei trabalhar mais para sustentar mais uma boca”. E assim fiz. E assim fizemos, conjuntamente. Somos ricos agora, e cada vez mais, nos filhos, netos e bisnetos que temos – e não de bens materiais, mas mercê da queridíssima família que Deus confiou ao meu e aos cuidados maternais de Amélia que, por longo período de nossas vidas, da prole se encarregou zelosamente, mais que eu, assoberbado que vivia com os duplos encargos da família e de trabalho sem tréguas, quando dos estudos médicos, interrompidos por seis anos, em prejuízo no curso médico.
As gratas emoções são menos suscetíveis de desencadear infartos, em comparação com as más. Aquelas, talvez até os previnam, pelo fato de serem beneficamente exteriorizadas, inclusive através das insopitáveis lágrimas que as adornam e nos expõem a sensibilidade interior que, às vezes, queremos velar.
No meu e em nome da família, nossos agradecimentos pelas emoções que me propiciou e aos meus, ontem, via discurso, elaborado em páginas memoráveis e que guardarei como documento testemunhal da magnanimidade de seu coração que, ao se sintonizar com meu acervo de lembranças, impactaram profundamente a minha alma, ao mesmo tempo frágil e forte na sua sensibilidade de esposo, filho, pai, avô, bisavô, médico e, por que não dizê-lo de Pediatra, pois que os médicos de criança cultivam, sim, sentimentos verdadeiramente maternais. Que não os tiver, não abrace a especialidade.
Abraços a todos os seus, nesta hora de emocionalidade gratificante e feliz.

Sebastião Aires de Queiroz, em nome da Família.
16.02.2013.

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A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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