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Eu pratiquei um bem;  estou feliz!…
Hoje ajudei a alguém ter alegria,
A realizar sonhada fantasia,
Para mim tão comum, sempre que a quis!

Tão fácil auxiliar, o Cristo diz;
Por isso é que procuro, a cada dia,
Ser sempre uma agradável companhia,
Pois sei que Deus me olha e é o meu juiz!

Os sonhos mais miúdos são conquistas
Das almas mais singelas, idealistas,
Que têm um coração que é sonhador…

E aquilo que é banal, que é corriqueiro,
Transforma-se em tesouro verdadeiro
Quando nasce de algum gesto de amor!

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Não existe o acaso; já esta visto!
Ele é a lei que o homem desconhece
E porque uma surpresa lhe parece
Imagina que veio de imprevisto!

Ele não crê, por mais que tenha quisto,
Que nem lhe ocorre agradecer na prece
Por algo que por vezes lhe acontece
Que nunca anteriormente havia previsto…

No entanto, tudo está já programado,
Porque Deus sempre segue ao nosso lado
E cuida que sua Lei vá se cumprindo…

Mas nós, os filhos seus, presos ao mundo,
Queremos resolver, num só segundo,
O que há milênios vem nos afligindo…

O passado pôs retratos
Na minha imaginação,
Com molduras e pinturas,
Deixando a recordação
Dos tempos que se passaram
Voando como avião!

Relembro e sinto plasmado
Bem no fundo das retinas
Os retratos do passado
E a beleza das meninas,
Caminhando de mãos dadas
E beijando nas esquinas!

Tudo era muito agradável,
Sem responsabilidade;
Eu era ainda bem jovem,
Dezesseis anos de idade,
Com a minha vida de boy
Correndo pela cidade.

Cada palmo de São Paulo
Eu percorri nessa andança;
É por isso que ainda hoje
Eu conservo na lembrança
O meu passado sofrido
Dos meus tempos de criança!

Restou bastante experiência
De cada etapa vivida;
Hoje estou edificado
Sobre os pilares da vida,
Que imaginei seria curta
Mas que já está bem comprida.

Que bom ter trilhado a estrada
Longa e cheia de aventuras;
É isso o que faz a história
Da vida das criaturas
Até o dia de viver
No país das sepulturas!

Sou um cara muito antigo
Do tempo que só existia
Exames por raio X,
Chamados radiografia,
Porque não havia ultrassom
Nem mesmo  tomografia!

Ressonância magnética?
Isso ninguém conhecia,
Dentista arrancava os dentes
Quase sem anestesia
E tratava do canal,
Com uma dor que doía!…

Não havia especialista
Pra cada órgão da gente;
Hoje vem laser por trás
E bisturi pela frente,
E o que sempre foi normal
Agora está diferente!

A gente morria mais cedo,
Porém era mais feliz;
Ninguém ouvia falar
As coisas que hoje se diz
Sendo a psicologia
Dona do nosso nariz!

Há tanta gente que estuda,
Faz mestrado, doutorado,
Depois vai prestar concurso
Para ficar encostado,
Ser secretário ou Ministro
De governo esculhambado.

No meu tempo, eu ia de bonde
E o metrô foi novidade!
Transporta o povo depressa
Pelos bairros da cidade,
Porque ela vive entupida
Com o excesso de humanidade!

Para ir não sei aonde…
O dia hoje está curto
Por isso é que todo mundo
Só vive à beira de surto,
Desviando de acidentes
E escapulindo de furto!

Mas ninguém tema por nada
Porque os acontecimentos
Fazem parte de um processo
Que cria o aprimoramento
E já vem desde Cabral,
Quando do descobrimento!

Cuide só para manter
A paciência necessária,
Para viver protegido
Da humanidade falsária
Porque essa corrupção
Mata mais do que a malária!

Destrói bem mais do que o infarto,
A Aids, câncer e os traumas
Porque se estes matam o corpo
Os outros destroem a alma
E só vence nesta vida
Quem sabe viver com calma!

Aquele que está ao seu lado,
Com quem você tem vivido,
É também um egoísta,
Seja irmão, seja marido;
Quer seja esposa ou colega,
Pode já tê-lo traído!

Mas apesar disso tudo,
Confiança é a lei vigente;
Confiar em Deus e em todos
Pra viver serenamente,
Porém simples como a pomba
E  astuto  como a serpente!

 

Publicado no Jornal Correio da Paraíba em 27/10/2013

Octávio Caúmo Serrano – caumo@caumo.com

Analisamos em O Livro dos Espíritos  as questões 823 e seguintes sobre o desejo de perpetuar a memória dos finados por meio de mausoléus e os espíritos responderam que isso é o derradeiro ato de orgulho.

Diante do argumento que a suntuosidade dos monumentos fúnebres deve-se ao fato de os parentes desejarem honrar a memória dos defuntos e não ao próprio defunto, os espíritos responderam que é “orgulho dos parentes que querem glorificar a si mesmos.” “Oh! Sim, nem sempre é pelo morto que se fazem essas demonstrações: é por amor-próprio, por consideração pelo mundo e para ostentação da riqueza.  Acreditais que a lembrança de um ser querido dure menos no coração do pobre porque ele só pode colocar uma flor sobre o túmulo? Acreditais que o mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil na Terra?”

Ao falar com um amigo, ele argumentou que entendia ser importante a ida ao cemitério porque os espíritos se reúnem ali na esperança de rever seus parentes e receber homenagens. Eles esperam merecer velas e flores, pelo menos nos dias de finados.

Realmente, há pessoas que passam todo o ano sem recordar de seu falecido, sem lembrar-se de fazer por ele uma simples oração, mas que nesses dias mandam pintar o túmulo e levam suas homenagens. E apesar de as flores terem seu preço inflacionado, porque os oportunistas exploram a crendice e a tradição das pessoas, não deixamos de oferecer nosso ramalhete. Em boa hora surgiram os cemitérios americanos de covas iguais, distinguidas apenas pela inscrição sobre uma pedra, espalhadas numa relva verde, fresca e agradável. Um símbolo de igualdade entre os homens, pelo menos no instante da morte.

Ao comentar, sugerimos que algo a ser analisado, também, é que os mortos têm recebido mais flores do que os vivos. Quanto marido vai ao cemitério nos finados levar flores para a esposa, sem que jamais tenha ofertado a ela, no convívio de toda uma vida, uma simples rosa solitária. Seria consciência pesada? Remorso?

As verdadeiras homenagens são as que prestamos às pessoas com a gentileza, a atenção, o gesto de carinho, a palavra de afeto, o convívio agradável e respeitoso. Da cumplicidade que deve existir numa vida em comum. Mas em se tratando da flor, ela pode ser ofertada no dia do aniversário, da comemoração do casamento, ou mesmo quando não há nada a festejar, porque cada dia vivido é uma festa! Há negligência tão grande nesse sentido que uma frase jocosa já diz: “Há  maridos fieis e maridos que oferecem flores”. São tão raras essas atenções que muitas vezes surpreendem até quem recebe.

Todavia, mesmo que sua esposa estranhe a gentileza, comece a oferecer-lhe flores e mimos enquanto estão a caminho. Depois que ela for morar sob a lousa dura e fria, só precisará de suas preces e da boa saudade. Nessa hora, em vez de oferecer a ela flores e velas no cemitério, gaste o dinheiro, em nome dela, na compra de pão para dar ao pobre que tem fome. Esta homenagem será mais apreciada e lhe tocará mais profundamente o coração!

Poeta, escritor e palestrante espírita.

 

 

Alerta para os ricos, poderosos, patrões, chefes…

Octávio Caúmo Serrano – 26/10/2013

Há muito homem bonito,
Elegante, bem vestido,
Mas se o filmarmos por dentro
Veremos que é um malquerido,
Pois é só um verniz que encobre
O que já está apodrecido!

Quando acorda de manhã,
Já se sente como o sol!
Só ele detém a luz,
Brilha mais que o arrebol,
E crê que o outro só enxerga
Se ele servir de farol…

Por ter uma posição,
Um título de doutor,
Vê nos outros a ralé,
Esse pobre sonhador,
Sem saber que é quem precisa
Mais compaixão do Senhor!

Se tem o carro do ano
E um ap de cobertura,
Sai da frente do indivíduo,
Dessa pobre criatura,
Que pensa ter o poder
Por causa dessa estrutura.

Isso se pode perder
Em um só lance arriscado
Ou depois de um acidente,
Que vai deixa-lo alienado.
De que adiantará tal luxo
Na cama, imobilizado?

Quem menospreza o inferior
Só porque está bem na vida,
Lembre que a escada que sobe
É a que se usa na descida
E a queda do descuidado
Geralmente é dolorida!

Valores que contam mesmo
São respeito, educação,
Gentileza e caridade
Com quem merece atenção
Mesmo sendo um subalterno
Ou o lavador de chão!

A roupa que nós vestimos
Foi alguém que a costurou;
A comida que comemos
Foi alguém que a preparou;
E os detritos que geramos
O lixeiro é quem levou!

Se o dente dói é preciso
O serviço do dentista;
No posto de gasolina
Dependemos do frentista
E se um câncer nos ataca,
Buscamos o oncologista!

Não há ninguém neste mundo
Que seja autossuficiente,
Pensando que tudo pode,
Porque depende de gente
Que cuide da sua vida
E até dos seus descendentes!

Seja em qualquer posição,
Mesmo se estamos por cima,
Alguém sempre  é mais que nós,
Há de haver alguém acima,
E precisamos de ajuda
Se o nosso olho lacrima.

Por final, a advertência:
Cuidemos em ser humanos,
Pois sofreremos na pele
Cada um dos desenganos
Que provocarmos aos outros
Mesmo por  ”baixo dos panos!”

Quem não acreditar, faça o teste! E depois, tente dormir!

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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