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É comum se dizer: – Não tenho tempo!…
Mas, na verdade, o tempo ninguém tem,
Porque o tempo não vai, não segue além;
É abstrato, e supera o contratempo…
Errando, imaginamos, no entretempo,
Que o tempo passa e que não se detém;
Mas quem passa é o homem, um zé-ninguém,
Que pensa que esta vida é um passatempo…
O tempo está parado!… A velhice
É o confisco da nossa meninice,
Que sonha o seu nirvana conquistar…
Porém, por sempre agir como um menino,
Não sabe preparar seu bom destino,
Nem como se conquista o tal lugar!
Ideias Octávio Caumo Serrano – caumo@caumo.com
Ninguém tente anular uma ideia destruindo-a ou matando o seu autor. Isto só se consegue apresentando uma ideia que lhe seja superior.
Quando em 9 de outubro de 1861, às 10h30 da manhã, o bispo ordenou a incineração de livros espíritas na esplanada de Barcelona, ação que ficou conhecida como Auto-de-Fé, não imaginava que graças ao seu zelo imprudente toda a Espanha iria ouvir falar de Espiritismo e quereria saber o que é. “É tudo o que desejamos”, disse o Codificador da Doutrina, o professor Allan Kardec, que não recorreu contra a arbitrariedade de V. Ex.ª Revma ,Antônio P. Termes, apesar de os livros terem sido legalmente exportados.
Queimam-se livros, monumentos e pessoas, mas não se podem queimar ideias. Elas vivem no éter e sempre há quem queira aspirá-las. Se verdadeiras, sobreviverão às atrocidades e gestos de ignorância; a proibição incentiva a curiosidade e dá mais força ao que foi camuflado!
Não fosse isto uma verdade e a inquisição, que durou vários séculos, teria destruído não apenas os médiuns, chamados bruxos, mas também a mediunidade. E ela é um dos maiores patrimônios do ser humano. Todo homem é médium e mesmo que não tenha tarefas definidas, é por meio da inspiração que vem do mundo Superior que cientistas recebem revelações, poetas e compositores sintonizam com as artes e esquizofrênicos se ligam à espiritualidade inferior para alimentar suas loucuras e fantasias. A sintonia existe sempre e a escolha é nossa para definir ao que desejamos nos ligar. Há médiuns em qualquer religião e mesmo entre os ateus.
Os homens mataram o Cristo, mas não destruíram nem abalaram o cristianismo. Ele sobreviveu e das raízes das catacumbas expandiu-se para chegar vigoroso até os nossos dias. Hoje o vemos no catolicismo, no protestantismo, no espiritismo e noutros credos que seguem as máximas de Jesus; a essência, porém, permanece a mesma e a máxima dos dois primeiros mandamentos mosaicos, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, condensados num só pelo Mestre Galileu, segue mais atual do que nunca. É também a mais pura mensagem para a paz do mundo e amor entre os homens que a Terra já recebeu. A maior mudança social feita por apenas treze homens: um guia e seus doze discípulos!
Há dois tipos de tolos: o que acredita em tudo e o que não acredita em nada; não sejamos como nenhum destes dois. Se não sabemos, perguntemos; se não entendemos, insistamos; se não concordamos, vamos dar tempo ao tempo. É sempre possível que os equivocados sejamos nós…
Jornalista e poeta
Jornal Correio da Paraíba de 27/01/2015
No mundo, neste instante, aonde fores,
Seja na tua terra ou no estrangeiro,
Verás o Apocalipse por inteiro,
Porque este é o momento só das dores!…
Políticos se perdem por dinheiro,
São da corrupção embaixadores
E em vez de ser do povo os zeladores,
Só roubam, abarrotando o seu celeiro…
No fim, na partição do grande bolo,
Quem sempre foi o esperto vira tolo,
Porque o que ele juntou foi só ouropel!
Aquele que enganou, será enganado,
E o vencedor será o derrotado,
Porque Deus recompensa o que é fiel!
Missa dominical.
Os jovens pais, ao meu lado, assistiam, compenetrados, aos ritos eucarísticos, enquanto o filhinho, de quatro ou cinco anos, dormia mal sentado, tendo o braço da cadeira com desconfortável travesseiro.
O intenso calor de verão umedecia de suor a cabeleira da criança.
De repente, a mãe fez uma pausa nas preces murmuradas, inclinou-se sobre o filho e começou a soprar sua cabecinha, ao tempo em que velava, carinhosamente seu sono.
Arejados pela “brisa” carinhosa e refrescante, os cabelos do menino se abriam e esvoaçavam, suavemente.
Antes inquieto, seu sono, então, se fez calmo e aprazível.
Entre um sopro e outro, a mãe o acariciava com ternos beijos.
Esses gestos enternecedores de carinho e de amor maternal me tocaram profundamente.
Da comovedora cena poética fiz um flagrante em minhas retinas cansadas de velho pai, avô, bisavô e pediatra. (Em tempo: Pediatra tem coração maternal).
Sim. Ao menos na imaginação, achei que consegui fotografar e reter, na película da visão, o verdadeiro amor como substantivo concreto.
E pensei: Jamais o amor maternal foi ou poderá ser um substantivo abstrato!
Sebastião Aires de Queiroz – Cad. da “APP”.
João Pessoa-PB, 18.01.2015.
Já dizem que essa tal felicidade
Não a encontra quem vive neste mundo;
Aceito que o dizer é bem profundo,
Porque se virmos bem, só há maldade!…
Mas Deus que é infinito em Sua bondade
Previa que se fez o homem segundo
A Sua semelhança, ele é oriundo
Do gene onde floresce a caridade.
Se olharmo-nos por dentro e não por fora,
Se nos analisarmos mesmo agora,
Veremos como o mal já vence o bem;
Só que o bem nunca tem divulgação,
Pois o mal é manchete, é a atração,
Que sempre aos gananciosos lhes convém!
Quem fala de caridade
Pensa logo numa esmola,
Porque o dinheiro consola
E ajuda; isto é verdade!
Porém há o rico que implora
Gestos de afeto, bondade,
Pois é de afabilidade
Que precisa nessa hora…
O aconchego de um regaço,
E o afeto de um abraço
Uma palavra, um sorriso,
São esmolas de valor,
Porque são doações de amor
Que nos levam ao paraíso!