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Octávio Caúmo Serrano – caumo@caumo.com

Tentarei: Ser útil cada vez mais! Amar o próximo, perdoando sempre! Não sentir mágoa nem tristeza, porque me adoecem! Consertar a mim mesmo antes de corrigir os outros! Manter calma e otimismo em qualquer situação! Usar as crises para crescer. Aprender que tudo é necessário, útil e provisório, mesmo que amargo, porque é aprendizado! Manter a palavra dada, por mais que me prejudique! Ser verdadeiro no que digo, faço ou penso! Nunca me ofender e jamais ser o ofensor! Ser amigo, mais que desejar ter amigos! Seguir o jeito e o tempo de Deus, não o meu! Ser feliz o quanto a vida permita, no mais comum das coisas! Ser humilde para não sentir vergonha de mim mesmo! Trabalhar, trabalhar, trabalhar; ajudar, ajudar, ajudar; sempre com alegria!…

Se lhes parece pretensioso, contento-me com 30% e deixo o resto para 2017, 2018, 2019… Ou para a outra encarnação. Ao longo da eternidade consigo, porque, já garantiu Jesus, “nenhuma ovelha se perderá”! Feliz 2016 para os amigos; e também para os possíveis desafetos! Quanto mais pessoas felizes houver, mais bonito será o mundo!

Desejo agradecer à Paraíba, mais particularmente a João Pessoa, por ter me aceito e me deixar ganhar amigos em profusão. Prefaciei e apresentei muitos livros, fiz rádio, teatro, TV; pratico a caridade e sou aceito por pessoas que me tratam com distinção. Respeitam meus oitenta e um anos de idade, estimulando-me a manter o entusiasmo para produzir palestras, textos e poemas, porque é com esta primazia que Deus me deu que me aproximo das pessoas com as quais tenho a alegria de conviver.

Sou cidadão paraibano, com a medalha do Augusto no peito, vivendo nesta terra abençoada, complemento da São Paulo do meu italiano Bexiga, onde nasci pertinho da Paulista, na Rua Itapeva 81, bairro das cantinas, dos teatros e do samba da Vai-Vai; mas não quero disputa; as duas, entrelaçadas, moram no meu coração! Obrigado!

Jornalista e poeta

Jornal Correio da Paraíba – 30/12/2015

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Octavio Caúmo Serrano   caumo@caumo.com

Segundo os dicionários, crise é a situação grave em que os acontecimentos da vida social, rompendo padrões tradicionais, perturbam a organização de alguns ou de todos os grupos integrados na sociedade. O que motiva uma crise? A resposta não é difícil. Os boatos, a ingenuidade, as conveniências dos poderosos, a imprevidência das pessoas. A maioria repete que estamos em crise, mas nem sabe explicar por quê.

Quando eu era industrial no ABCD e o senhor Lula vivia às portas das fábricas insuflando as greves, nunca paramos um dia, porque pagávamos aos funcionários salários mais altos do que recomendava o Sindicato dele. Mesmo assim, um funcionário entrou na minha sala e deu-se este diálogo: – Seu Octávio. O senhor precisa me dar um aumento. – Por que você acha que eu deva lhe dar um aumento? – Porque a situação está muito difícil. –Por que você acredita que a situação está difícil? – Ah, não sei; estão dizendo por ai que a situação está difícil… Isto em 1970 mais ou menos! Crises e habituais reprises!

O que gera uma crise? Está tudo bem e, de repente, ela aparece. Se eu creio na crise e não compro, a loja não vende. Se ela não vende, a fábrica também não. Se ela não produz, despede funcionários, recolhe menos impostos e entramos todos em crise. Se eu disser que a cozinha de certo restaurante é suja, as pessoas deixam de comer lá e o restaurante pode fechar. Se eu divulgar que certo Banco não tem dinheiro para pagar a um só tempo todos os correntistas, (o que é verdade porque o dinheiro do banco está aplicado com empréstimos) posso até comprometê-lo. E quem festeja é a mídia, porque quanto mais problemas mais manchetes! Como são importantes os escândalos!

Vejam que mesmo nas crises, os poderosos crescem e os juros sobem. É fácil fabricar uma crise. Mas a única crise que deve nos preocupar é a de vergonha, de honestidade e de ânimo. Vivamos com equilíbrio, trabalhando e desdenhando a crise. E ela não chega até nós. A crise econômica é reguladora para os desmandos humanos. Sempre haverá o fracassado e o bem sucedido, com as crises ou sem elas. Escolha o que deseja para você.

Jornalista e poeta

Jornal Correio da Paraíba – 21/10/2015

Receita de soneto             Octavio Caúmo Serrano  caumo@caumo.com

Depois da semana modernista de 1922, 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, as artes sofreram uma revolução. Pintura, Escultura e Poesia, passaram a ter liberdade que não tinham. A partir desse evento, o poeta livrou-se do engessamento das rimas e das métricas, nascendo o verso branco ou livre. Uma alforria cultural, garantem!

Não vamos falar dessa liberdade nem opinar sobre o verso livre. Fiquemos no soneto, ainda muito ao gosto do povo e dos poetas, dos cantadores e até dos modernistas que se encantam e também os compõem. É forma sintética de contar uma história, filosofar ou dar um recado em apenas catorze versos; duas quadras e dois tercetos.

Há sonetos de bom conteúdo, com cesuras corretas (a divisão que dá ritmo ao verso), mas que falham na amarração das rimas, porque o autor ignora que as terminações da primeira quadra devem ser obrigatoriamente as da segunda. Mesmo que numa seja ABBA e na outra BAAB; ou ABAB e na outra BABA. Nos tercetos há total liberdade. Podem ser AAB e CCB ou ABA e CBC ou ABC e ABC. Cada letra representa uma linha (um verso) do soneto. Para confirmar o que dissemos, leiam os clássicos: Bilac, Jansen Fº, Augusto, Raimundo, Rogaciano, Otacílio, Perylo, Auta de Souza, Oliveira, Camões,  etc.

Exemplificamos com o belíssimo soneto de Djalma Andrade, mineiro de Congonhas do Campo, Ato de Caridade. Confiram: Que eu faça o bem, e, de tal modo o faça/Que ninguém saiba o quanto me custou./Mãe, espero de ti mais esta graça/Que eu seja bom sem parecer que o sou. Que o pouco que me dês me satisfaça/E se do pouco mesmo algo sobrou/Que eu leve esta migalha onde a desgraça/ Inesperadamente penetrou. /Que à minha mesa, a mais, tenha um talher/Que será, minha mãe Senhora Nossa,/Para o pobre faminto que vier./Que eu transponha tropeços e embaraços,/Que eu não coma sozinho o pão que possa/Ser partido por mim em dois pedaços.

Vamos seguir sonetando. Mas agora, corretamente.

Jornalista e poeta

Jornal Correio da Paraíba – 10/10/2015

Um poeta da pesada.

Rogaciano Bezerra Leite, autor de um só livro, “Carne e Alma”, é de Itapetim, no Pajeú pernambucano, onde nasceu em 1920. Jornalista, escreveu em muitos periódicos do nordeste e formou-se em letras clássicas em 1949, em Fortaleza-CE. Entre 1950 e 1955 viveu em São Paulo e Rio. Foi pracinha na segunda grande guerra, na Itália. Seu poema “Os trabalhadores”  está transcrito como monumento na Praça Central de Moscou, na Rússia. Nome elogiado por Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, Assis Chateaubriand, Jorge Amaro e outros.  Cantou para os presidentes Jânio e João Goulart e governador de São Paulo, Ademar de Barros. Pode-se dizer que foi o introdutor da cantoria de viola nos meios aristocráticos brasileiros.

Autor do poema Cabelos cor de Prata, sucesso musical por Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Francisco Petrônio, Carlos Alberto e outros.

Reproduzimos um soneto bem singelo, mas muito tocante. Bom para os tempos de crises. Confiram:

Sorrindo e cantando

Quando falas porque vivo sorrindo,
Falas também por eu viver cantando;
Se a vida é bela e se este mundo é lindo,
Não há razão para eu viver chorando.

Cantar é sempre o que fazer eu ando;
Sorrir é sempre o meu prazer infindo.
Se canto e rio é porque vivo amando,
Se amo e canto, é porque vivo rindo!

Se o pranto morre quando nasce o canto,
Eu canto e rio para matar o pranto
E gosto muito de quem canta e ri…

Logo bem vês, por estes dotes meus,
Que quando canto estou pensando em Deus
E quando rio, estou pensando em ti…

Octávio Caúmo Serrano – caumo@caumo.com

Já afirmava o insigne poeta lusitano, Fernando Pessoa, citando frase antológica da velha marinharia, que “navegar é preciso; viver não é preciso”.

Se naquele tempo, quando a navegação era controlada apenas pelos astros, pois o marinheiro se guiava pelas estrelas, ele já afirmava que navegar era algo preciso, controlável, enquanto que viver não tinha precisão, hoje com a instrumentalidade formidável dos radares e sonares que controla as navegações, por mar ou por ar, quando até comandantes são substituídos por equipamentos que dirigem a máquina, aí é que a distância fica maior entre navegar e viver.

Viver nunca foi preciso porque é tudo mera tentativa. Não temos piloto automático que conduza nossa vida, se nem mesmo nós, donos dela, sabemos bem como dirigi-la. Produzimos as causas sem conseguir garantir os efeitos. Mesmo quando somos bons, amigos, solidários, não podemos ter a certeza de receber de volta na mesma moeda. Tudo é duvidoso e impreciso.

Como guiar-nos, então, se não há instrumento que nos garanta bons resultados? Só há um guia: o Evangelho de Jesus, porque Ele nos cientifica que ao fazer algo por outrem é a nós que fazemos; de bem ou de mal. Os sentimentos que guardamos em nosso coração e em nossa mente são propriedade nossa e só atingem a nós mesmos. Quem guarda mágoa estoca veneno que lhe corrói o ânimo, a saúde e o humor! Ser feliz é uma atribuição nossa que só nós podemos administrar. Ninguém busque a felicidade nos outros ou nas posses. A única lei triunfante é a do amor incondicional; com amigos e com inimigos… Algo impossível ainda para nós!

Podemos, usando o Evangelho como bússola e fazendo ao outro o que desejamos que ele nos faça, ainda que ele nem sempre o faça, transformar a vida também em algo preciso. Lei do físico Newton diz que “a toda ação corresponde uma reação igual e contrária da mesma intensidade”. Ao ser bom, ficamos proprietários dessa atitude que o ladrão não rouba! A única coisa verdadeiramente nossa é o bem que fazemos. Aí podemos contrariar Pessoa e os velhos navegadores e afirmar que viver também pode ser algo preciso. Mas isso é só para quem sabe, acredita e tem coragem. Quem continua mantendo a vida medíocre dos avarentos e gananciosos como nós, continuará sempre convicto de que viver não é preciso…

Jornalista e poeta

Correio da Paraíba de 22/05/2015

Octávio Caumo Serrano – caumo@caumo.com

No dia 8 de maio passado, dia da rendição das forças do eixo, em 1945, voltei um pouco no tempo. Retornei aos meus onze anos quando fui leiteiro, padeiro, açougueiro e servente de pedreiro, época em que faltava tudo, para quem não tivesse acesso ao câmbio negro; inclusive os alimentos básicos como leite, pão, carne, açúcar e que tais. Pobre em faculdade era utopia. Na minha casa. luz só de vela ou lampião e água de poço, tirada com sarilho.

Nestes oitenta anos, vi Getúlio suicidar, Jânio renunciar, Jango ser deposto; vivi sem geladeira, internet, fogão a gás, porque não existiam. Telefone, fiquei em fila de espera 25 anos. Passei pela vida durante um tempo sem TV? Um milagre! Vi nascer a Willys Overland no ABC paulista como primeira fábrica de carros que só rico podia comprar. Vi planos e falta de planos. Coisas que até Deus duvida e não sei como sobrevivi sem computadores tablets ou celulares.

Passei pelo Plano Bresser, Plano Verão, nascimento, vida e morte do cruzado e cruzado novo, Plano Collor, o governo que roubou o povo e que hoje tem seu idealizador tratado como honrado político brasileiro. Sobrevivi à incompetência do mágico que caiu no planalto de paraquedas e deu um nó na economia brasileira que levou dez anos para desatar. Criou uma Lei universalista para nos salvar. Simples. Tirou três zeros da moeda e decretou que o dólar ficaria ao par com o dinheiro brasileiro e que a inflação seria zero. E ainda revogavam-se as disposições em contrário! Não sei por que não exportou a ideia para os miseráveis países africanos, asiáticos e latino americanos, livrando da miséria toda a humanidade terráquea. Um gênio sem lâmpada! E que se manteve importante até 2015. Uma burla, disfarçado de líder!

Assisti, in loco, quando o ex-presidente fundava CUT e PT e infernizava a vida de quem queria trabalhar. Insuflava greves e de forma agressiva invadia as empresas. Esse mesmo que fez a sucessora com 70% de aprovação e que agora não tem 10%. Foi no tempo em que o salário subia 20% e o produto acabado subia os mesmos 20%, embora salário e encargos não representassem nem metade do custo final. Assim acontece nas inflações e nas crises. Com elas rico enriquece, com elas pobre empobrece. O rico apenas lamenta e o pobre só ganha estresse.

Pobre do que usa salário mínimo em mercado. Tem razão de reclamar da crise. Rico não. A crise dele é porque seu ganho baixou de 1.000 para 999. Um enorme prejuízo; tadinho! Vai ter de mudar a marca do uísque e conformar-se por passear na Europa apenas três vezes por ano!

Jornalista e poeta

Jornal Correio da Paraíba – 15 de maio de 2015

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
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