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Octávio Caúmo Serrano – caumo@caumo.com

Será que já entendemos quem é Jesus Cristo, aquele que dividiu a humanidade entre antes e depois dele? Aquele que transformou a Bíblia – que demorou quase mil anos para ser escrita (1445 aC – 450 aC) – em apenas Velho Testamento, diante dos relatos de sua vida, escritos entre 45 e 90 dC, com base na Lei do Amor incondicional? Esta parte que foi complementada somente com as cartas de Paulo e de alguns seguidores do próprio Cristo, além de O Ato dos Apóstolos e do Apocalipse de João, todos nascidos das lições de Jesus?

Será que já entendemos a mensagem do Evangelho?

Penso que não, porque continuamos explorando Jesus, como fizeram os velhos judeus do século I – que até o crucificaram – , tratando-o como empregado. Jesus me ajuda! Jesus salva meu pai! Jesus cuida do meu filho! Jesus carrega a minha cruz! Jesus me cura! Jesus me ajuda a tirar a carteira de motorista! Jesus arruma um emprego e um marido para a minha filha! Exagero? Não! Coisas do cotidiano.

Será que é tão simples como imaginamos, transferir a Jesus o que nos compete? O Evangelho não é um conselho ou mera sugestão. É uma Lei. Quando Ele afirmou que ninguém vai ao Pai a não ser por Ele, mostrava-nos que temos de seguir suas lições para ser libertos. Quando ele disse ama o próximo como a ti mesmo, não estabeleceu condições: se o próximo for seu amigo, seu parente, da sua religião, da sua cor ou classe social. Referiu-se apenas ao próximo e advertiu que se não amarmos, desprezaremos, odiaremos, ignoraremos e, portanto, não sairemos do lugar. Sem amor ninguém caminha para o Pai Celestial. Fora da caridade não há salvação! E isso não depende da doutrina que professamos.

Será que basta frequentar uma igreja, participar de  uma série de rituais, onde há um Cristo pendurado numa cruz toda de ouro, abandonado e sozinho, com uma coroa de espinhos e o peito dilacerado, simbolizando sua derrota na Terra? Ou ser adepto de um templo que diz ser suficiente aceitarmos Jesus para obter a salvação, cantando alegremente músicas de louvores? Afinal, dizem que Ele deu seu sangue para nos salvar.

O que é aceitar Jesus? Penso que é exemplificá-lo pela vivência do seu Evangelho, fazendo a caridade que Ele nos propôs, alimentando os famintos, vestindo os desnudos e visitando os enfermos, como se a Ele estivéssemos fazendo.

Quando Ele recomendou que perdoássemos setenta vezes sete vezes cada falta, mostrava que tudo o que fazemos, de bom ou de ruim, não fazemos aos outros, mas a nós mesmos. Perdoar é limpar-se intimamente; é tirar do coração a mágoa que abrigamos e que o outro muitas vezes até ignora que sentimos. Houve até quem filosofasse que sentir ódio é como tomar veneno esperando que o outro morra.

A oração de Francisco de Assis é a que melhor retrata os Mecanismos do Evangelho: “é dando que se recebe e é perdoando que se é perdoado.” Não é dar aos outros nem perdoar o semelhante, mas fazê-lo a si mesmo. Ao perdoar, somos nós os beneficiados; ao dar, somos nós os que recebemos.

Quando isto, um dia, for devidamente compreendido, o mal acabará na Terra. Não haverá crimes, estupros, sequestros, abortos, corrupção, porque saberemos que o que se faz aos outros recai diretamente sobre nós. Mas isto só faz sentido para quem crê na justiça da reencarnação!

Escritor, poeta e palestrante espírita – – www.essenios.wordpress.com

Publicado no jornal Correio da Paraíba de 2 de fevereiro de 2014

 

 

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No crepúsculo da civilização em que rumamos para a alvorada de novos milênios, o homem que amadureceu o raciocínio supera as fronteiras da inteligência comum e acorda, dentro de si mesmo, com interrogativas que lhe incendeiam o coração.

Quem somos?

Donde viemos?

Onde a estação de nossos destinos?

À margem da senda em que jornadeia, surgem os escuros estilhaços dos ídolos mentirosos que adorou e, enquanto sensações de cansaço lhe assomam à alma enfermiça, o anseio da vida superior lhe agita os recessos do seu, qual braseiro vivo do ideal, sob a espessa camada de cinzas do desencanto.

Recorre à sabedoria e examina o microcosmo em que sonha.

Reconhece a estreiteza do círculo em que respira.

Observa as dimensões diminutas do Lar Cósmico em que se desenvolve.

Descobre que o Sol, sustentáculo de sua apagada residência planetária, tem um volume de 1.300.000 vezes maior que o dela.

Aprende que a Lua, insignificante satélite do seu domicílio, dista mais de 380.000 quilômetros do mundo que lhe serve de berço.

Os Planetas vizinhos evolucionam muito longe, no espaço imenso.

Dentre eles, destaca-se Marte, distante de nós cerca de 56.000.000 de quilômetros na época de sua maior aproximação.

Alongando as perquirições, além do nosso Sol, analisa outros centros de vida.

Sírius ofusca-lhe a grandeza.

Pólux, a imponente estrela do Gêmea, eclipsa-o em majestade.

Capela é 5.800 vezes maior.

Antares apresenta volume superior.

Canópus tem um brilho oitenta vezes superior ao do Sol.

Deslumbrado, apercebe-se de que não existe vácuo, de que a vida é patrimônio de gota d´água, tanto quanto é a essência dos incomensuráveis sistemas siderais, e, assombrado ante o esplendor do Universo, o homem que empreende a laboriosa tarefa do descobrimento de si mesmo volta-se para o chão a que se imanta e pede ao amor que responda à soberania cósmica, dentro da mesma nota de grandeza, todavia, o amor no ambiente em que ele vive é ainda qual milagrosa em tenro desabrochar.

Confinado ao reduzido agrupamento consanguínea a que se ajusta ou compondo a equipe de interesses passageiros a que provisoriamente se enquadra, sofre a inquietação do ciúme, da cobiça, do egoísmo, da dor. Não sabe dar sem receber, não consegue ajudar sem reclamar e, criando o choque da exigência pra os outros, recolhe dos outros os choques sempre renovados da incompreensão e da discórdia, com raras possibilidades de auxiliar e auxiliar-se.

Viu a Majestade Divina nos Céus e identifica em si mesmo a pobreza infinita da Terra.

Tem o cérebro inflamado de glória e o coração invadido de sombra.

Orgulha-se, ante os espetáculos magnificentes do Alto e padece a miséria de baixo.

Deseja comunicar aos outros quanto apreendeu e sentiu na contemplação da vida ilimitada, mas não encontra ouvidos que o entendam.

Repara que o Amor, na Terra, é ainda a alegria dos oásis fechados.

E, partindo os elos que o prendem à estreita família do mundo, o homem que desperta, para a grandeza da Criação, perambula na Terra, à maneira do viajante incompreendido e desajustado, peregrino sem pátria e sem lar, a sentir-se grão infinitesimal de poeira nos Domínios Celestiais.

Nesse homem, porém, alarga-se a acústica da alma e, embora os sofrimentos que o afligem, é sobre ele que as Inteligências Superiores estão edificando os fundamentos espirituais de Nossa Humanidade.

Capítulo 1 – do livro Roteiro de Emmanuel por Chico Xavier.

 

Existem Centros Espíritas aplicando normas radicais? 

Ao encontrar antigo conhecido, ele me contou:
“Procurei determinado centro espírita para freqüentar, assistir às palestras e estudar o Espiritismo. Desejava, também, engajar-me nos trabalhos e oferecer alguma colaboração.
Ao confidenciar minha intenção a um amigo, ativo participante do movimento espírita na nossa cidade, assim que eu disse o nome da instituição ele me desencorajou.Justificou sua opinião ao comentar que se tratava de um centro radical, muito exigente, cheio de normas e disciplina rigorosa. Seguramente, afirmou ele, eu não iria gostar. Não me adaptaria. Há atitudes que, na opinião dele, chegam a ser falta de caridade. Por exemplo, quando começam os trabalhos, até fecham a porta. Imagine!
Curioso para saber do que se tratava, dirigi-me ao tal  “centro radical”.
Logo à porta principal, deparo-me com um cartaz que proíbe a entrada de pessoas com roupas inadequadas, extravagantes, sensuais ou que tais.
Dirigi-me à recepcionista que me explicou sobre os trabalhos da instituição. Deu-me também um folheto do centro.
–Tome seu passe ali, por favor, e dirija-se ao salão, completou a atendente.Eles nos aplicam passe quando chegamos.
Recebi o passe e logo após nova atendente me ofereceu uma mensagem espírita e indicou o lugar onde eu deveria sentar. Pela ordem, um em seguida do outro.
Puxei conversa com o parceiro do lado, mas logo fui interrompido pela atendente do salão que me pediu silêncio. –Aqui não é permitido conversar enquanto esperamos a palestra. Por favor, leia a mensagem ou o folheto que logo começarão os trabalhos.
Observei ao lado, todos estavam calados. Parecia um cemitério. Ninguém falava com ninguém. Mas o clima espiritual me parecia agradável. Era um silêncio reparador. Foi o que senti.
No horário de começar os trabalhos fecharam a porta de entrada, conforme advertiu o meu amigo. Os trabalhadores foram para uma sala de passes e os demais ficaram no salão.
Depois da preparação com a prece inicial, iniciou-se a palestra e vi que as pessoas prestavam atenção. Palestrante comum, linguagem natural e simples, mas com abordagem correta da proposta doutrinária do dia, pelo pouco que eu conheço, é evidente.
Terminados os trabalhos, pediram que saíssemos em silêncio porque os atendimentos da casa, entrevistas e passes especiais, ainda continuavam.
Apesar de haver rigor na disciplina, não me pareceu exagerado. Afinal, somos adeptos de Kardec, um homem absolutamente disciplinado e rigoroso, e de Chico Xavier e Emmanuel, o mentor que recomendou ao médium que a disciplina era prioridade absoluta em qualquer trabalho.
Como cristãos, lembramos da passagem de Jesus em que ele censurava os fariseus, quando Pedro, preocupado com o rigor das palavras, ficou temeroso que todos fossem embora. No entanto, Jesus disse a Pedro que eles poderiam ir quando quisessem! E mesmo ele, Pedro, se desejasse, também podia ir com eles.
D
e Jesus, lembramos também que Ele expulsou os vendilhões do templo, embora, infelizmente, todos eles hoje estejam de volta nos diferentes templos, dos diferentes lugares, nas diferentes doutrinas.
Diz-se no Espiritismo que a qualidade é mais importante do que a quantidade. No tal centro que eu fui, penso que eles também acham isso, já que são tão rigorosos.
O Centro não estava vazio. O público, para o tamanho do salão, era até razoável. Ocupava de sessenta a setenta por cento das cadeiras. Sentados um ao lado do outro. Mas nada vi que desabonasse ou se caracterizasse como a falta de caridade insinuada pelo meu amigo.
Com desejo de conhecer melhor, voltei na semana seguinte e perguntei que outros benefícios o Centro me oferecia além da palestra. A mesma recepcionista repetiu o que já havia explicado na reunião anterior e disse que eu poderia passar pela entrevista. Pareceu-me boa oportunidade para perguntar sobre algumas coisas que para mim não ficaram muito claras. Deu-me uma ficha, sentei-me no salão e aguardei a vez.
No atendimento fraterno, nome que se dá a essa conversa ou orientação espiritual, perguntei à entrevistadora: –Por que temos de sentar um ao lado do outro e não no lugar que mais nos agrade?
Após alguns preâmbulos, explicou que é para que as pessoas
possam ficar descontraídas, meditar e ler, sem ser incomodadas pelo que chega depois. Como todos vão sair no mesmo horário, isso não faz diferença. Se o que vem primeiro senta na beirada, os outros irão incomodá-lo. Melhor sentar na primeira cadeira vaga e os outros logo em seguida.
Pareceu-me razoável.
–E por que fecham a porta ao iniciar a reunião, foi minha pergunta seguinte?
–Para que os trabalhadores também possam assistir à palestra sem ter de ficar à disposição dos que chegam habitualmente atrasados, e só querem receber o passe, e para que os retardatários não incomodem os que são pontuais nem perturbem o raciocínio do palestrante. Há os que imaginam que se vierem na última hora para receber o passe terão todo o atendimento de que precisam. Desconhecem que a palestra ensina e liberta encarnados e desencarnados que convivem e têm comprometimentos conjuntos.
Depois da explicação, pareceu-me que é uma forma de respeitar o próximo…
–E por que não se pode conversar, antes de começar a reunião propriamente dita, baixinho e discretamente?
–Porque tão logo adentramos o centro, os espíritos já estão cuidando de nós e também nos usando para ajudar quem precisa mais. Eles trabalham o tempo todo e não como nós, só com horário marcado. E a química e a manipulação dos fluidos é algo que ainda desconhecemos. Ademais, as conversas jamais seriam sobre o Evangelho ou a Doutrina e sim sobre os problemas que ficaram do lado de fora. A reunião espírita é uma pausa na correria do dia-a-dia. É momento para serenar-nos.
Nunca havia pensado dessa forma, mas agradeci pela explicação.
Quanto às roupas, nem perguntei, porque concordo que para cada lugar temos de usar a vestimenta própria. E se falamos de espíritos inferiores, tanto nós como os desencarnados, a sensualidade não nos ajuda a libertar-nos do atraso. É algo elementar e bem fácil de entender.
Como os rigores de que falou o meu amigo não me incomodaram nem invalidaram o trabalho que eles fazem, creio que eles têm o direito de dirigir a casa conforme desejam os responsáveis. Se no movimento espírita diz-se que o dirigente é o guardião da doutrina dentro do centro e que a causa é mais importante do que a casa, faz sentido o jeito como eles administram a instituição.
Logo que saí da entrevista, lembrei-me do orador José Raul Teixeira. Ele prega que não devemos trazer para o Centro Espírita os hábitos da rua, mas levar para a rua o que aprendemos no Centro Espírita. Só assim ajudamos a melhorar a sociedade.
Tenho voltado ao centro, apesar de radical, pois me sinto bem enquanto estou dentro das suas quatro paredes. Respira-se disciplina e harmonia e já estou até me habituando às normas da casa.
Como tenho aprendido muita coisa, vou ficando por ali.”   

Texto de Octávio Caúmo Serrano, publicado na RIE – Revista Internacional de Espiritismo, de Novembro de 2006.     

Uma expressão comum no meio espírita:
O Nosso Centro 

Por que NOSSO CENTRO?
Vamos tecer algumas considerações.
Freqüentamos essa casa espírita, ali nos sentimos bem, ora como participantes, ora como assistentes, e assim vamos levando a vida. Normalmente fazemos isso uma vez por semana.
Conhecemos de verdade o nosso centro? Como começou, quem fundou e quais as atividades da casa? Por falar na casa, é própria ou alugada? Sabemos o valor do aluguel, quem paga a luz, á água, os impostos? Já paramos para pensar como tudo começou? Como se deu o epi-Centro?
Quando chegamos para a reunião, encontramos tudo organizado. Gostamos de ler e ali existe uma biblioteca que nos oferece livros selecionados da Doutrina Espírita, sem nenhum pagamento. Precisamos de assistência espiritual, ou desejamos participar dos trabalhos de passes, e ali encontramos uma equipe que nos atende. Sofremos por um problema familiar que envolve vícios e desarmonias e ali nos socorremos da entrevista com alguém que nos ouve pacientemente e nos orienta como vencer as dificuldades.
Antecedendo ou complementando essa série de oportunidades, desejamos ouvir comentários e explicações sobre o Evangelho de Jesus, à luz da Codificação Kardequiana, e ali está o expositor, para a nossa satisfação.
Chegamos ao centro, diretamente do trabalho profissional, e temos sede. A água está filtrada e o banheiro limpo e equipado. Na casa há também, como convém a toda boa organização espírita, mensagens que a Espiritualidade Superior nos oferece por meio de médiuns e que, como gotas de sabedoria, vão-nos equilibrando, pouco a pouco. Levamos algumas para casa, porque são sob medida para alguém que conhecemos.
Lembramos da primeira vez que visitamos o nosso centro?
Fomos recepcionados por alguém que, com simpatia, nos explicou as diferentes oportunidades que a casa nos oferece. Evangelho, passes, entrevistas, escola para a educação da mediunidade e tudo o mais que hoje conhecemos, mais ou menos.
Quando estávamos em perturbação psíquica, com a mediunidade explodindo, a equipe responsável nos assistiu, juntamente com os espíritos, para organizar nossos “dons” mediúnicos, a fim de melhor servirmos e servir-nos. Tudo de graça e com carinho, ambos coisas raras de se encontrar hoje em dia.
Há, também, na nossa sociedade um quadro de avisos. Curioso que pouca gente lê. Ali, há informações importantes. Cursos ministrados na casa ou em outras associações, palestras, promoções, campanhas, etc.  Há endereços de jornais e revistas que nos convidam a que façamos uma assinatura. A propósito, você, leitor, assina algum jornal ou revista? Um ano de assinatura custa menos do que um almoço de domingo com a família. Será que prestigiamos esses irmãos que tanto se esforçam na divulgação do Espiritismo, com sacrifício pessoal? Instruímo-nos e atualizamo-nos com a Doutrina como convém a todo espírita, ou vamos ao centro para dormir? Uma reencarnação é algo precioso. Acreditamos nisso, de verdade?
Algo que também a maioria ignora é que o centro é uma sociedade jurídica, com compromissos legais e fiscais. Tem livro de atas, caixa, entrega declaração de imposto de renda, paga licença de funcionamento e publicidade, etc.
Feita esta exposição, segue-se uma pergunta natural: -Por que, diante de tantas dificuldades as pessoas abrem centros espíritas?
A resposta é simples. Porque acima das dificuldades está a vocação para a caridade que começa a se ampliar nos corações humanos. Cada centro espírita aberto evita que muitas criaturas cheguem aos manicômios. A palavra evangélica contribui para diminuir a venda de psicotrópicos porque organiza a alma e, como conseqüência, harmoniza o físico. Cada reunião de desobsessão retira das trevas espíritos que viveram descuidadamente e hoje se escravizam às necessidades humanas, devido à sintonia com a inferioridade dos encarnados.
Apesar disso, qual é habitualmente o nosso comportamento diante da casa que nos acolhe? Nossa atenção se volta sempre para as falhas, não é certo? Criticamos a irmã que recentemente nos atendeu sem o habitual sorriso, longe de imaginar que ela pode ter em casa o esposo enfermo ou desempregado. Tem seus próprios problemas, mas veio cumprir sua obrigação, mantendo-se em seu posto. Será que apenas nossas dores merecem atenção? Será que ainda somos daqueles que imaginam que o espírita é invulnerável ao sofrimento?
Criticamos a dirigente, rigorosa na disciplina, que chama à atenção do trabalhador porque desapareceu do seu posto, por comodismo, desinteresse ou falta de conscientização. Não será ela nossa benfeitora. Melindrados, a olhamos com mágoas porque ela detectou a nossa irresponsabilidade. Não gostamos de ser corrigidos e não suportamos ser pressionados. Todavia isso é ainda necessário, porque estamos inseguros. Desconhecemos até mesmo o que é melhor para nós.
Após esse teórico esboço do que acontece na casa espírita, onde até o amor entre as criaturas costuma estar ausente, propomos que nos unamos todos nas tarefas do NOSSO CENTRO.
À hora da saída, qualquer um pode fechar a janela, apagar a luz e desligar o ventilador. Todos nós reunidos formamos o Espiritismo, esta lúcida Doutrina onde não há papas, gurus, ministros, sacerdotes, mestres ou pastores. É a doutrina do auxílio mútuo, onde não há maior ou menor. É a lição que o Cristo ensinou a poucos que podiam entendê-Lo na época e que Kardec popularizou ainda mais, a fim de que um maior número de pessoas pudesse ser beneficiado. Pena que ainda somos poucos.
Com o tempo, porém. cada cristão, com seu exemplo, irá animando o que está ao lado para que ponha mãos à obra e participe também. Neste momento de desentendimento universal, quando a palavra crise é a mais pronunciada por todos os povos da Terra, a única saída para mudar esse pessimismo generalizado está no TRABALHO e na CARIDADE.      

Este artigo foi divulgado originalmente em O Semeador, jornal  da Federação Espírita do Estado de São Paulo, em junho de 1991, e depois em muitos jornais e revistas, divulgado como folder por diferentes centros  e encartado em livros por editoras espíritas.
Até hoje ele ainda é repetido, esporadicamente, pela imprensa espírita.
O autor, Octávio Caúmo Serrano, recebeu o troféu AJE-SP-Associação dos Jornalistas Espíritas de São Paulo (atual ADE-SP), em 1992, como o melhor artigo do ano.   

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
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