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Você ainda vai ter vários amores fracassados, espinhas no rosto num primeiro dia de aula de mais uma graduação onde vai se sentir com medo e ao mesmo tempo boa o suficiente porque agora está passando por isso pela segunda vez.

Talvez a espinha apareça até mesmo nas axilas, incomodando o uniforme do trabalho que você tanto odeia (ou talvez ame e por isso aceita o uniforme ridículo, com essa espinha horrorosa em mais um dia de tpm).

E falando em horror e espinha tenho mais duas coisas para dizer: a primeira é que você vai se apaixonar pelo cara que tinha espinhas na adolescencia e hoje em dia tem furinhos que você acha incrível porque é nele esses furinhos no rosto e tudo que é dele já te basta (mas não esqueça que isso pode um dia passar e o amor também pode acabar algum dia, é natural e você não vai estar pior por causa disso). Segundo é que você vai odiar sua aparência algumas vezes na vida e em outras vai se achar um mulherão (o que você realmente é), e isso é tão bom porque nesses dias felizes até o motorista do ônibus para exatamente no local onde você está esperando pra ir ao trabalho ou voltar pra casa.

E é por isso, meu bem, que eu te escrevo essa crônica. Porque você é minha mulher preferida e deveria ser a sua também.

Eu não sei seu nome, idade ou se algum dia cruzei ou vou cruzar com você por aí, mas sei que dentro dessa cabeça cansada de um dia longo de trabalho, mesmo sabendo que você talvez não tenha todas as características desse texto ou nem leia por falta de vontade ou preguiça: você é maravilhosa. Pelos detalhes únicos, por ter aceitado a dor de um amor perdido, ter cuidado da mãe quando tava doente, por ter tido um filho ou decidido não ter, por sorrir e colocar uma roupa bonita e confortável mesmo quando passou a noite virada por causa de insônia.

E na verdade, não me importa nem mesmo que o dia ou a semana tenham dado errado, ou que você (como eu que escrevo agora) tenha virado o pé na rua sem salto alto e agora esteja dependente de amigos e familiares. Também não me importa se você acredita em Deus ou seja ateu. O que me importa, desta vez, menina, é que você tente aceitar as consequências das tuas atitudes, que acorde e viva sua rotina mesmo quando não pareça tão gostosinha de viver. Que você se valorize e ajude a amiga, colega, desconhecida, ex do teu namorado ou atual do teu ex, talvez uma desconhecida, que precisa de ajuda pra saber que é maravilhosa como tu e que não somos inimigas, somos juntas a revolução.

 

Laura Stein

 

Ari Nóbrega - Soneto

 

Hoje, eu completei oitenta e seis anos -.
Seis de junho, assinala calendário -,
E, nessa jornada de octogenário,
Temerário, ainda faço planos. 

Tentarei esquecer os desenganos
E as frustrações do longo itinerário,
Que n’alma me marcaram graves danos,
Bem muito além do meu imaginário. 

Faz tempo que se foi  a juventude,
E hoje enfrento os percalços da velhice,
Cultivando, do espírito, a saúde. 

Mas, todo dia, renovo atitudes,
Que previnam, da idade, a rabugice,
E, da mente, as cruéis decrepitudes.  

Sebastião Aires de Queiroz.

06.06.2016

 

Junho de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cinco rosas vermelhas e viçosas,
Que agora, no jardim, desabrocharam,
Do íntimo das coloras exalaram
Inebriantes fragrâncias odorosas.

Assim tão belas quanto glamourosas,
No esplendor, logo nos extasiaram,
E olfativas memórias despertaram,
Tão românticas quão maravilhosas.

Cedendo a impulsos de intensa emoção,
Sobre a roseira estendi a minha mão,
Para colher, apenas, uma flor.

Foi quando seus espinhos me magoaram
E de minha ousadia se vingaram,
No sangue que jorrou na aguda dor.

Sebastião Aires de Queiroz
Em 10 de dezembro de 2015.
FELIZ NATAL 2015!

Quando lembro a tua face de carmim,
Que mil vezes eu beijei com tanto amor,
Veem-me lágrimas aos olhos, e um ardor
Rasga o peito, numa dor que não tem fim.

Quando vejo teu retrato desbotado,
Pelo tempo e pelos males que causei,
Meu espírito solta um URRO que não sei,
Se de mim, ou de algum monstro esquartejado.

Se eu pudesse desfazer todo o passado,
E morrer antes de ter te conhecido,
Pelo menos não terias, tu, sofrido,
Nem seria eu, um cão, desesperado.

Mas espero que este tempo malfazejo
Que nos trouxe tanta dor, tanto sofrer,
Lá nos Céus, aos pés de Deus, possa inverter,
Me perdoes e me acalentes com teu beijo.

(Dornélio B. Meira)

João Pessoa, PB, 09/10/2015.

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Antigamente pouco se sabia se por perto ou por bem mais próximos existiam mundos tão diferentes. Vivia-se bem com o que se via ou tinha e o que se tinha era suficiente e nem tanta guarda se fazia. Um mundo bem mais simples e se complicação existia era por se querer mexer com o que não se devia. Sem adentrar na questão analisemos com simplória humildade: vizinho era parente, quase família; salvo uns e outros raros que surgiam eram de passagem, por curto dias. E quando em confusão nos metíamos e a maré ou correnteza nos levava mar a dentro, algum jeito se encontrava para subsistir. Assim como Jonas, meio a peixes graúdos e tubarões tínhamos por milagre a integridade garantida e o nosso existir era um aparente ultraje a rigor, sem danos causar até aos que não viam. Vivia-se exceções, com outro tipo de gente e em mundos diferentes.

Tão diferentes se faziam que exceções se perdiam em pequenas gafes ou inconveniências. Quintana bem definiu FELICIDADE REALISTA. Mas o mundo contemporâneo tornou-a expressão arcaica e chata, quadrada. Vale quando se pode. Pela força do poder fazer.
“…que se cuide quem não for meu irmão”

– Como assim?…

Sem que muito mereça explicar não se deve, justificar muito menos. Pedir é pura necessidade para que se tenha um pouco de danação.”…explode coração!”

– Ah! Se pudesse! ….

Não mais nego, iria! Se me fosse dada oportunidade – esta tenho que buscar ou edificar – assistiria a “Perdas & Ganhos”. Talvez o desejo me leve a ousar e abusar das econômicas ou promocionais; restaria saber se de fácil acesso o meu desejo. Considerando a possibilidade refaço elo como lembrança:

Concertista de renome (envergonho-me pelo esquecido) punha-me mentalmente a acompanha-lo com uma precisão que desconhecia. E por assim acontecer justificavam como assistência de outro ouvido que sem materialidade, não existia. Sem compreender, aprendia. E por esses últimos dias pude entender o significado da palavra “coincidência”.

Numa velha província quase nada muda. O mesmo começo, as mesmas línguas, não de fogo, mas de críticas e julgamentos, a enfeitar uma nova realidade criada em “cidades invisíveis'”. No mundo real são estes nós que desato ora com raiva ora com carinho.

Abraço fraterno,

Paula Torres Oliveira.

Caro Senhor Caumo,
É de meu conhecimento que poderá não ter em sua memória qualquer registro de mim. No entanto a Tribuna Literária contribuiu para bons momentos de prazer generoso e farto. Infelizmente não consegui na época inserir texto ou poema nenhum, apesar de também ser quase assídua ao programa da TV Brasil  “Sem censura”.
Envio para que leia, sem contar, certamente,  com a esperança de que seja publicado no seu novo espaço.
A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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