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Autora – Silvana Silva Caumo – 26/11/2013

Lembro-me bem de uma cena
De quando eu era pequena,
Sentada no meu portão.
Veio a vizinha Solange,
Que me avistou bem de longe,
Acenando-me com a mão.

Chegou bem perto de mim
E logo me disse assim:
– Quer vir trabalhar comigo?
Respondi: Então me espera,
Eu vou avisar a Vera
E já, já eu vou contigo!

Ela era uma feirante
Que até mudava o semblante
Quando gritava na feira!
– Tem tudo para a cozinha,
Temos cola, agulha e linha
E também temos peneira!!!

Era até um absurdo,
Na barraca tinha tudo
E sempre parava alguém.
Com sol, com chuva ou com vento,
Sempre tinha movimento
E vendia muito bem.

Eu até me divertia
Quando ali passei o dia
E a ajudava a vender.
E depois de um dia inteiro,
Ela me deu um dinheiro
Que eu fiz por merecer.

Fui para a casa feliz,
Mas a minha mãe não quis
Nem saber onde eu estava.
Minha irmã tinha esquecido
Que pra feira eu tinha ido
E deixou minha mãe brava.

E na frente da visita
Sem pensar, logo ela grita:
– Estava onde, infeliz?!
E eu respondi chorando,
Que eu estava trabalhando,
Mas nem me ouvir ela quis!

E com um grande fio de ferro,
Ela histérica, aos berros,
E com força, me batia…
Sem saber o que fazer,
Nem pude me defender
E, apanhando, eu sofria.

No dia seguinte eu estava
Com a perna toda marcada,
Roxa e cheia de vergão.
Eu até fiquei doente,
Com febre, corpo bem quente,
Quase entrei em convulsão!

Mas depois se arrependeu
Por tudo que aconteceu
Com medo de me perder.
Já se passou muito tempo,
Mas da mágoa do momento
Jamais irei me esquecer!

Já viu a migração das borboletas,
Que volitam através do continente?
Todo ano se deslocam, suavemente,
Como se fora um bando de ninfetas…

Esvoaçando, seguem incessantemente,
Fazendo com suas asas piruetas;
E tal qual as areias de ampulhetas,
Sem medir as distâncias, seguem em frente.

Já vem dos ancestrais essa intuição,
Para o ciclo de nova procriação,
Pois só param para acasalamentos;

Depois põem as suas larvas num arbusto
E no gesto normal, lindo e vetusto,
Deixam elas, ali, novos rebentos!…

Jamais quero entregar-me à apatia,
Nem revoltar-me contra a insensatez;
Preciso combatê-las toda vez
Que alguém tente empanar minha alegria…

Às vezes, eu até – é uma ironia -,
Sem perceber, demonstro uma altivez
Acreditando que isto é honradez,
Porém é, na verdade, hipocrisia.

Empenho-me em manter os pés no chão,
Fincados na minha convicção,
De que ter suavidade é uma vantagem…

Aquele que consegue asserenar-se,
Realiza dentro da alma uma catarse
Pois isso é que é, em verdade, ter coragem!

21/11/2013

Não permita, meu Deus, que eu me acovarde
Diante dos percalços desta vida!…
Que eu possa tê-la ainda bem comprida
E que de eventual dor não faça alarde.

Eu sei que nalgum dia, cedo ou tarde,
Farei a irremediável despedida,
Porém quero a existência bem vivida,
Já que em meu peito a chama ainda arde…

De nada eu me queixo, e nem podia,
Pois recebi bem mais que merecia
Do Pai, que é sempre muito generoso…

Só espero, no retorno da viagem,
Que eu possa me orgulhar desta passagem
E ter um desembarque esplendoroso!

Sebastião

Autora: Silvana Caumo – 8/11/2013

Resolvi entrar na net,
Por falta de ocupação,
E tentar saber quem era
O Dr. Sebastião.

Um homem bem antenado,
E que nunca sai de cena,
Ele sempre me elogia
Quando escrevo algum poema.

Já soube de algumas coisas
Sobre esse grande Doutor,
Referem-se, ao falar dele,
Com carinho e muito amor.

Encontrei algumas fotos
Que eram da Paraíba
E dentre todas as que vi
Uma foi a escolhida.

Eis que ao clicar me surge
Um Sr. muito simpático.
Li alguns de seus poemas
E o achei super fantástico.

Era exatamente este
Que eu estava procurando,
Queria até conhecê-lo,
Mas não tenho ideia quando.

Além de um belo poeta,
É um médico exemplar,
Que compondo os seus poemas
Tem muito a nos ensinar.

Este é o Dr. Sebastião
Que medica poetando,
Pois, transmitindo alegria,
Muitas vidas vai salvando.

Dou-lhe, então, meus parabéns,
Mesmo que não o conheça,
Mas esta minha homenagem,
Espero que nunca esqueça.

 

 

GRAÇA_VANA_BLOG

 

Recebi em minha casa, uma pessoa especial,
Coração é só bondade e não trata ninguém mal,
Só vive de bem com vida e está sempre de alto astral.

O nome dela é Graça, uma pessoa querida.
Quando estive em sua terra fui muito bem recebida
Comigo teve carinho, e estou muito agradecida.

Não conhecia São Paulo, chegou cheia de emoção,
Aqui viu algumas coisas, que lhe fez suar as mãos.
Deixou suas pernas bambas, disparou seu coração.

Fomos até a Praia Grande, a Santos e São Vicente,
Passeou de teleférico, na feira comprou presentes,
Mas ela se impressionou com as coisas diferentes.

Num quiosque em São Vicente, grupos de G.L.S.,
Deixou-a impressionada. Coisas que jamais esquece.
Muito beijo, muito amasso, que ela até quase entontece!

Fomos à Ilha Porchat, à praia e ao Orquidário.
Viu coisas muito bonitas, e também foi ao aquário.
Isso tudo foi pra ela presente de aniversário.

Queria comemorar com uma grande festança,
Queria ver em seu rosto um sorriso de criança,
Mas farei uma surpresa que ficará na lembrança.

Sei que tudo ainda é pouco. Ela merece bem mais!
Uma pessoa do bem com ternura e muita paz.
E essa viagem eu desejo que ela não esqueça jamais.

Silvana Caumo – 5/11/2013

A imagem acima é um risco para pintura em óleo sobre tela, de Leonardo da Vinci.
Boletim Informativo "Tribuna Literária"
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